A necessidade… de criativelocidade

Quem acompanha este blog no Facebook já está sabendo disso faz tempo, mas aí vai aqui também: faz quase um mês que eu surtei e comecei a jogar tudo quanto é jogo de corrida que estivesse à mão. O primeiro foi Forza Horizon 5, claro, que estava instalado em meu Series X e não havia terminado ainda. Mas esse foi só o começo, que culminou na lista xigante que aparecerá ao final deste artigo.

De onde veio isso? Bom, para começar, desde o final do ano passado que eu ando com um pouco de bode de jogos modernos “tradicionais”. Eu até me empolguei e terminei o ótimo Hogwarts Legacy há pouco tempo, além de voltar a Far Cry 6 para finalmente fechá-lo, mas, de resto… Nem mesmo Resident Evil 4 Remake me prendeu ainda. God of War: Ragnarok, entre outros, ainda está na caixa. Metroid Prime Remastered me deixou louco – não é um dos jogos mais bem avaliados de todos os tempos à toa – mas tem tanto backtracking que ainda não o terminei também.

Nesse estado de coisas, acabei topando aleatoriamente com o seguinte vídeo nas minhas recomendações do YouTube:

“Eu amo jogos de corrida, e eles são uma droga!”

Eu já conhecia o canal Raycevick, que costuma fazer vídeos linha “[Jogo Tal] N anos depois”, e sempre gostei do que vi. Agora, o que eu não sabia era do gosto do cara por corrida. Parei para assistir o negócio em um almoço e me espantei com duas coisas. A primeira foi perceber que ainda há muita gente por aí apaixonada pelo gênero e que eles estão sofrendo tanto, ou até mais, do que o jogador médio com o estado atual dos jogos AAA (de grande orçamento). Você acha que foi só Cyberpunk, Gotham Knights ou Battlefield 2042 que saíram em péssimo estado e/ou com recursos faltando? Assista ao vídeo e saiba que os jogos de corrida atuais não andam imunes a nada disso não.

A segunda coisa foi o que mais me empolgou e me marcou: diversos jogos de corrida da era PS360 hoje são aclamados e cultuados. Foi uma sensação ótima perceber isso porque eu cansei de defender na época casos como o de Blur, Split/Second e, em especial, Driver: San Francisco. Esse último, aliás, foi tranquilamente um dos meus jogos do ano de 2011, um dos mais prolíficos da era moderna – para constar, foi quando saiu Portal 2, Catherine, Dark Souls, Batman: Arkham City, Uncharted 3, Witcher 2, Mortal Kombat [o reboot], Skyrim, L.A. Noire, Forza Motorsport 4, Bulletstorm, inFamous 2, Resistance 3, The Legend of Zelda: Skyward Sword, Xenoblade Chronicles, Gears of War 3, Metal Gear Solid: HD Collection, Deus Ex: Human Revolution… Tá bom ou quer mais?

O (suposto?) declive dos jogos de corrida

A distância temporal entre esses dois fatores é, inclusive, uma das guias centrais do vídeo: como um gênero foi estagnar tanto em relativamente pouco tempo? Em termos de sucesso de massa, basicamente só Forza Horizon sobrou, com Gran Turismo 7 ameaçando acelerar de volta à glória… e freando na reta final com seu requisito de jogo online e economia voltada a microtransações. Eu mesmo não jogava, digamos, um Need for Speed para valer desde as reimaginações de Hot Pursuit e Most Wanted no final da mesma geração PS360.

E foi aí que entrou outra coisa na parada… O YouTube começou a recomendar mais vídeos de corrida e, nessa jornada, descobri outras duas coisas. Primeiro, que Forza Horizon está cada vez mais desagradando os fãs arraigados do gênero. Segundo, que Need for Speed Unbound, do ano passado, na verdade deixou muito fã animado com o futuro da série, como não acontecia há tempos.

Unbound? Aquele que eu mesmo referenciei aqui quando vazou que teria estética “de anime”, mas que na verdade teve efeitos cartunizados sobre um visual fotorrealista, como se fosse “grafite vivo”? Pois é, aquele jogo mesmo. Nesse artigo do link, eu ao mesmo tempo celebrava a tentativa de fazer alguma coisa de diferente, nem que fosse só no visual, e verbalizava minha desconfiança de que ia ficar só nisso mesmo, sem maiores novidades de design, mecânica ou cara geral.

Pois então… Depois de ver que mesmo fãs de Needs antigos se empolgaram com Unbound, cacei ele por aí, consegui a versão de PS5 por metade do preço e… cara… que boa surpresa. Tipo, muito boa. Foi como voltar 10 ou mais anos no passado, relembrando toda a excitação de jogar os citados Hot Pursuit e Most Wanted – o oposto completo de quando testei o reboot de 2015 ou Payback. E, ao mesmo tempo, sem se parecer exatamente com nenhum deles, ou com qualquer outro jogo de corrida moderno. (Depois fiquei sabendo que o Need anterior, Heat, já estava indo nesse bom caminho, mas isso é história pra outro dia.)

Futuro sem amarras para marcha a ré ao passado

Com esse caso moderno surpreendente de Unbound, eu resolvi voltar ao passado de vez e “cavoucar” o que me atraiu tanto em jogos do gênero na era PS2/Xbox, talvez considerada a “época de ouro” das corridas, e na seguinte, que viu a popularidade dos jogos de corrida começar a afunilar na guerrinha Forza x Gran Turismo. Decidi que era hora tanto de experimentar coisas que deixei passar batido na era de ouro, quanto de reavaliar os clássicos hoje cult da geração posterior. E já que estava no embalo, vamos ver como andam algumas séries nos tempos atuais também.

É nisso que vou me concentrar neste blog nos próximos dias/semanas. Vocês nem imaginam a pura quantidade de coisas do gênero que estou jogando ou instalei/comprei para experimentar em breve. Aliás, pensando bem, não precisam imaginar não: eu vou listar aqui um por um e ir atualizando essa lista se mais coisa surgir. Os jogos são os seguintes (atualizado em 01/08/23):

  • American Truck Simulator (PC)
  • Art of Rally (PC)
  • Assetto Corsa (PC, Series X)
  • Assetto Corsa Competizione (PC, PS5)
  • Asphalt 9: Legends (Switch)
  • Automobilista (PC)
  • Automobilista 2 (PC)
  • Baja: Edge of Control HD (XOne no Series X)
  • BeamNG.drive (PC)
  • Blur (PC) #
  • Burnout 3: Takedown (PC, emulador de PS2)
  • Burnout Revenge (X360 no Series X)
  • Burnout Paradise Remastered (PS4, Switch, Series X/GamePass) # *
  • Bus Driver (PC)
  • Bus Simulator 18 (PC)
  • CarX Drift Racing Online (PC)
  • Carmageddon: Max Damage (PC)
  • City Car Driving (PC)
  • Crash Team Racing Nitro-Fueled (Xbox One no Series X)
  • Crazy Taxi (PC) #
  • The Crew (PC) #
  • The Crew 2 (PS4 no PS5) # *
  • The Crew Motorfest (PS5) # *
  • Dakar 18 (PC)
  • Daytona USA (PS3)
  • Death Rally (PC)
  • Dirt (PS3) *
  • [Colin McRae] Dirt 2 (PS3) *
  • Dirt 3 Complete Edition (PC) #
  • Dirt Showdown (PC)
  • Dirt Rally 2.0 (PC)
  • Dirt 5 (PS5) #
  • Distance (PC)
  • DRIFT21 (PC)
  • Driveclub (PS4 no PS5) #
  • Driver: Parallel Lines (PC)
  • Driver: San Francisco (PC, X360 no Series X) # *
  • Euro Truck Simulator 2 (PC)
  • F1 Championship Edition (PS3)
  • F1 Race Stars (PC)
  • F1 2019 (PC) *
  • F1 2020 (PS4 no PS5) *
  • F1 2021 Deluxe Edition (PS5, Series X)
  • F1 2022 (PS5)
  • F1 2023 (PS5) *
  • Fast RMX (Switch) #
  • FlatOut: Ultimate Carnage (PC) #
  • FlatOut 4: Total Insanity (PC)
  • Forza Motorsport 3 (X360) # *
  • Forza Motorsport 4 (X360) #
  • Forza Motorsport 5 (XOne) #
  • Forza Motorsport 6 (XOne no Series X) # *
  • Forza Motorsport 7 (XOne no Series X)
  • Forza Motorsport (Series X)
  • Forza Horizon (X360 no Series X) # *
  • Forza Horizon 2 (XOne no Series X) # *
  • Forza Horizon 2 Presents: Fast and Furious (XOne no Series X) # *
  • Forza Horizon 3 (XOne no Series X) #
  • Forza Horizon 5 (Series X) # *
  • Fuel (PS3)
  • Gas Guzzlers Extreme (PC)
  • Gran Turismo 3: A-Spec (PC – emulador de PS2) #
  • Gran Turismo 5 (PS3) *
  • Gran Turismo 6 (PS3) #
  • Gran Turismo Sport (PS4 no PS5) #
  • Gran Turismo 7 (PS5) *
  • Gravel (PS4 no PS5)
  • [Race Driver] Grid (original de 2008, PC, PS3) *
  • Grid 2 (PC, PS3)
  • Grid Autosport (Switch)
  • Grid (reboot de 2019, PC, PS4)
  • Grid Legends (PS5) *
  • GRIP: Combat Racing (PC)
  • GTR 2 – FIA GT Racing Game (´PC)
  • Horizon Chase Turbo (Switch) #
  • Hot Wheels Unleashed (PS5)
  • Inertial Drift (PC)
  • Jak X Combat Racing (PS4 no PS5)
  • Juiced 2 (PS3)
  • LittleBigPlanet Karting (PS3) #
  • Midnight Club II (PC)
  • Midnight Club 3: Dub Edition (PSP)
  • Midnight Club: Los Angeles (X360 no Series X) #
  • ModNation Racers (PS3) #
  • MotoGP 20 (Series X)
  • MotoGP 21 (Switch)
  • MotoGP 22 (Series X/GamePass)
  • MotorStorm (PS3)
  • MotorStorm: Pacific Rim (PS3)
  • MotorStorm: Apocalypse (PS3) #
  • MX vs. ATV Alive (X360 no Series X)
  • MX vs. ATV Reflex (PC)
  • MXGP 2021 (PC)
  • NASCAR Unleashed (PS3)
  • NASCAR Heat 5 (PC)
  • Need for Speed: Underground (PC) *
  • Need for Speed: Underground 2 (PC) *
  • Need for Speed: Most Wanted (PC)
  • Need for Speed: Carbon (PS3)
  • Need for Speed: ProStreet (PS3)
  • Need for Speed: Undercover (PS3)
  • Need for Speed: Shift (PS3)
  • Need for Speed: Hot Pursuit Remastered (Switch) #
  • [Need for Speed] Shift 2: Unleashed (PC)
  • Need for Speed: The Run (PC) # *
  • Need for Speed: Rivals (PS4 no PS5) #
  • Need for Speed (2015, XOne no Series X) #
  • Need for Speed: Payback (PS4 no PS5) #
  • Need for Speed: Heat (PS4 no PS5)
  • Need for Speed: Unbound (PS5)
  • Out Run [Sega Ages] (Switch)
  • PocketCars (PC)
  • Project CARS (PS4 no PS5) #
  • Project CARS 2 (PS4 no PS5)
  • Project CARS 3 (PS4 no PS5)
  • Project Gotham Racing 3 (X360)
  • Project Gotham Racing 4 (X360)
  • Pure (PS3)
  • Retrowave (PC)
  • rFactor 2 (PC)
  • Ride 3 (PS4 no PS5)
  • Ride 4 (PS5)
  • Riders Republic (Series X) #
  • R4: Ridge Racer Type 4 (PS3) *
  • Ridge Racer (PSP)
  • Ridge Racer 2 (PSP)
  • Ridge Racer 7 (PS3)
  • Ridge Racer Unbounded (PC) #
  • RiMS Racing (PC)
  • Rise: Race to the Future (Switch)
  • Sébastien Loeb Rally EVO (XOne no Series X)
  • Sega Rally (PS3)
  • Sonic & All-Star Racing Transformed (PC) #
  • Split/Second (X360 no Series X) #
  • Street Racing Syndicate (PC)
  • Tabletop Racing World Tour (PS4 no PS5) #
  • Test Drive: Ferrari Racing Legends (PC, PS3)
  • Test Drive Unlimited 2 (PC, PS3)
  • TT Isle of Man: Ride On The Edge 2 (PC)
  • Twisted Metal (PS3)
  • V-Rally 4 (PC)
  • Valentino Rossi: The Game (PC)
  • Virtua Racing [Sega Ages] (Switch)
  • VSR: Void Space Racing (Switch)
  • WRC 9 (Switch)
  • WRC 10 Deluxe Edition (Series X) *
  • WRC Generations (PC)
  • EA Sports WRC (PS5) *
  • WreckFest (PS5) *
# joguei na época do lançamento (as versões originais, no caso dos remasters)
* (re)terminei agora em 2023

A bandeira vermelha da falta de preservação

Existe até petição para a volta de Driver: San Francisco – claro que eu assinei

Por que alguns estão em roxo, você pergunta? É a coisa mais triste: esses são os títulos que não estão mais disponíveis para venda, em qualquer plataforma. Se você não os tiver adquirido na época, sua única opção é caçar uma cópia física usada ou singrar os sete mares, se é que me entende. E isso ainda nem leva em conta casos que tecnicamente estão disponíveis, mas são chatos de acessar – como os jogos exclusivos de PS3, que até ainda podem estar na PSN, mas exigem inserir crédito na carteira usando um PS4 ou PS5 para depois comprá-los na loja do PS3. Eu desembalei o meu exclusivamente por esses casos e já os tinha em disco ou versão digital.

Talvez você esteja pensando na história de sempre, de que esses títulos foram retirados do mercado por licenças expiradas de carros e músicas. Certamente alguns casos parecem se encaixar, como os dos Need for Speed ou Forzas mais antigos. Porém, outros foram simplesmente limados bem cedo pelas suas respectivas publishers, como Blur ou Driveclub. Vale também notar que Splint/Second ainda está disponível no Steam e na loja do Xbox, mesmo no Series X – justamente o raro jogo de corrida que tem apenas trilha sonora original e carros fictícios. Isso confirma a hipótese das licenças?

Não necessariamente. Repare: há ainda jogos com muito conteúdo licenciado que estão por aí. Midnight Club: Los Angeles, o primeiro The Crew, Gran Turismo 6, todos com cerca de dez ou mais anos de mercado e/ou sequências lançadas. Na prática, se a publisher quiser manter o jogo no ar, ela mantém. Não é tão difícil quanto vendem. Ela pode tanto renovar as licenças – o que fizeram alegremente no caso dos remasters – como atualizar os jogos para remover as músicas que não conseguirem renovar, como já aconteceu com, por exemplo, Grand Theft Auto IV. É tudo uma questão de vontade. Os Forza Horizon 1 a 3, todos os Motorsport até o 6 e os Need for Speed pré-Criterion não sumiram por conta de licenças, e sim porque Microsoft e EA querem que você adquira as edições mais recentes dessas franquias.

Um freio para a criatividade

É um problema que não é exclusivo dos jogos de corrida, mas, como se pode ver nessa lista, é bem mais pronunciado no gênero, perdendo talvez apenas para os jogos de esporte – do qual tecnicamente podem até fazer parte, mas no geral não funcionam do mesmo jeito, tirando exceções como os jogos oficiais anuais de Fórmula 1 ou Moto GP. E tem uma consequência e tanto: afastar ainda mais o público atual de alguns dos jogos mais criativos que o gênero já teve.

Não é à toa que às vezes parece que os jogos AAA modernos de corrida têm a mesma cara geral, variando apenas no tipo de mundo que oferecem. Quase todos tentam ser puramente fotorrealistas, oferecem dúzias de carros e pistas do mundo real, incluem os mesmos três ou quatro tipos mais básicos de eventos e são classificados hoje como “simcades” – um termo moderno que designa um meio-termo entre simulação e arcade, em que a física e o manuseio se assemelham a carros de verdade, mas o jogo oferece assistências de direção abrangentes o bastante para permitir que qualquer um consiga jogar.

Essa foi a fórmula geral, apenas com algumas variações leves, que emergiu no auge do embate Forza x Gran Turismo e se assentou até hoje. Há exceções, mas nenhuma realmente de alcance mainstream – talvez The Crew 2 com seu jeitão “Destiny de corrida” em um mapa completo dos EUA e olhe lá. Falando nele, o jogo na real tem uma série de inspirações na antiga franquia Test Drive Unlimited, outra que não está mais disponível para venda. Não que a imensa maioria dos jogadores atuais, sejam fãs arraigados do gênero ou apreciadores casuais, tenham como saber disso agora… É uma referência que se perdeu.

Como o gênero pode evoluir assim? Qualquer desenvolvedor com menos de 30 anos está no mesmíssimo barco de falta de referência que os fãs mais jovens, a não ser que resolva pesquisar e singrar os setes mares também. Não por acaso, os maiores sucessos atuais do gênero, quer sigam a formuleta moderna à risca ou não, vêm de estúdios antigos, com desenvolvedores mais velhos. Mesmo o iminente retorno à boa forma de Need for Speed com Unbound foi capitaneado por um estúdio da Codemasters após a sua compra pela EA – o jogo diz “Criterion”, mas na verdade a Criterion atual é uma fusão dos 20 gatos pingados restantes do estúdio original com a Codemasters Chesire.

A luz na linha de chegada

Qual é a saída, então? Bom, eu quero jogar mais de tudo isso nessa lista, além do que quer que me venha à mente com o tempo, ao longo deste ano para tentar chegar a algumas conclusões. Voltando ao vídeo que começou tudo, o desabafo do Raycevick, eu noto uma coisa: muito da insatisfação dos fãs “rardicó” está em bugs e no estado de modos online. Também há um tanto de bode com a acomodação de franquias dominantes como Forza e F1, e com alguma razão.

Mas também tem o seguinte. Unbound finalmente parece ter achado uma saída visual que não sacrifica a expectativa de fotorrealismo, e sim a complementa. Jogos indie como Art of Rally ou Horizon Chase conseguem achar um nicho aclamado e consistente ao destilarem ao máximo um recorte bem específico dos jogos de corrida, seja com um toque de nostalgia ou não. Jogos “duplo A”, de médio orçamento, atingem um nível de sucesso perene, com comunidades notáveis que não os largam, como no caso de WreckFest, os Truck Simulator ou Assetto Corsa.

Tem também o fato de que o gosto do jogador médio anda mudando. Muitos dos clássicos cult da era PS360 fracassaram em vendas porque desviavam demais do realismo e da simulação em uma época onde experiências cinematográficas e “sérias” começaram a reinar em todos os gêneros, com menos espaço para pura diversão e fantasia. Hoje, jogos como Fortnite, Genshin Impact, Fall Guys ou Hogwarts Legacy fazem tão ou mais sucesso que Call of Duty, God of War ou The Last of Us. As pessoas estão cada vez se importando menos com histórias elaboradas, cara de série da HBO/filme de Hollywood ou gráficos linha “parece de verdade, mano”.

Assim, essa pode ser a hora de voltar a apostar em mais fantasia, mecânicas novas divertidas e doideira conceitual. Não creio que a boa recepção a Unbound ou a longevidade de The Crew 2 sejam coincidências. Eles são dois primeiros passos de jogos AAA para longe da formuleta “simcade”; Unbound ao recuperar muito de Underground com uma estética visual realmente inédita, algo que não víamos há muito tempo em Need for Speed, e o jogo da Ubisoft ao tentar incluir tudo ao mesmo tempo agora em um único título de corrida para todos os fãs de velocidade – pô, até demolition derby, jet ski e acrobacia aérea tem ali.

Test Drive Unlimited vai ganhar novo jogo, até. Poucas coisas são mais bizarras – e emblemáticas – do que isso. Ainda há esperança. E se ela não vier… Bom, taí em cima uma lista-guia do que procurar nos sete mares para descobrir (ou relembrar) como jogos de corrida já foram absurdamente criativos e divertidos. A gente volta a conversar sobre isso em breve, um jogo por vez – muito provavelmente Driver: San Francisco, o primeiro que (re)terminei nessa jornada e o melhor jogo que a Ubisoft não deixa você jogar. Até lá!


BÔNUS: música!

Ah, e como esse blog (em tese) é “multidisciplinar”, não posso deixar de lembrar de uma coisa: jogos de corrida talvez sejam os mais identificados com música pop. Se você for velho(a) o bastante para ter jogado PS2, com certeza lembrou de um bom punhado de músicas que conheceu com jogos de corrida, ou que pelo menos passou a associar fortemente com eles – claro que estou falando de você, “Paradise City”.

Para celebrar isso e acompanhar minha jornada repentina neste ano da velocidade, eu criei uma lista no Spotify com uma série de músicas dessas, além de uma seleção de preferidas minhas que cabem bem – seja porque têm temática de carros/corrida, seja porque simplesmente são boas de ouvir na estrada. Tem até algumas intrusas de jogos de mundo aberto onde você também dirige, como Saints Row e GTA. Divirtam-se! Ah, e a lista é um projeto em andamento, então aceito sugestões.

Um comentário sobre “A necessidade… de criativelocidade

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